quinta-feira, 2 de junho de 2011

A REDENÇÃO DE MURICY RAMALHO

A história do futebol sempre foi feita de heróis, vilões, estigmas e redenções.

Telê Santana, perdeu duas copas do mundo com a seleção e ganhou o estigma de Pé-Frio. Sua redenção veio apenas com os títulos da Libertadores e Mundial com o São Paulo, muitos anos mais tarde.

Ronaldo era o herói de uma nação, foi considerado um vilão na Copa de 98, voltou a ser herói em 2002, se tornou herói corintiano para depois se tornar vilão da falta de Libertadores.

Exemplos não faltam e até por isso, Muricy Ramalho não foge dessas quatro imagens.

Quando jogador, ainda no São Paulo, era o grande destaque do time, sendo o responsável por levar a equipe a decisão. Naquele ano era o herói do título paulista que estava por vir. Porém, uma entrada dura em Dicá da Portuguesa na final, o levou ao status de vilão. O meia foi expulso e quase colocou o título a perder. Quase. Depois do jogo ficou provado que o jogador da Lusa encenou tudo, o São Paulo acabou campeão e Muricy foi perdoado pela torcida.

Anos depois, como treinador, voltaria ao São Paulo. E lá, depois de perder 10 títulos de mata-mata em três anos e meio (mesmo levando três brasileiros no mesmo período) ganhou a estigma de “Não saber lidar com o time em mata-mata”. Idéia que foi reforçada ao assumir o Fluminense e perder a Copa do Brasil. Novamente ganhou o Brasileiro.

Com o mesmo Fluminense beirava a eliminação da Copa Libertadores quando se demitiu por falta de estrutura do clube. Se tornava um vilão para a torcida tricolor. Aceitou o desafio de treinar o Santos, que estava praticamente eliminado do torneio continental. Classificou o time de maneira improvável e foi aos mata-matas. Virou herói alvinegro, agora viriam os mata-matas...e a estigma de Muricy? Voltaria a era do Morre-morre?

Chegou o Paulistão e ele eliminou a Ponte Preta e São Paulo antes de ganhar o título em cima do Corinthians. Na libertadores, América, Once Caldas e Cerro Porteño se renderam ao time da Vila e Muricy chega a final do torneio continental, seu grande desejo, o título que falta em seu currículo.

Perdendo ou ganhando, Muricy atingiu sua redenção, eliminou sua estigma, vencendo um leão por jogo e superando tudo e a todos sempre do jeito que seu lema diz...."AQUI É TRABALHO!"

Agora os críticos vão dizer: Com o time do Santos fica fácil!

Verdade. Não é qualquer um que pode ter Neymar no seu time jogando em tão alto nível. Mas ao contrário do Santos de Dorival Júnior, Marcelo Martellote e Adilson Batista, o Santos de Muricy é mais objetivo, é mais competitivo e é mais inteligente. E isso, você nota que tem o dedo do técnico, que deu equilíbrio defensivo ao time e melhorou a capacidade ofensiva do time.

Agora os mais otimistas já armam o duelo entre Barcelona e Santos. Entre Messi e Neymar. Tá, beleza, no papel tudo bem, mas antes desse confronto, temos pelo menos mais 3 jogos. Os dois da final da Libertadores e as semifinais do Mundial (Que Santos e Barça não esqueçam que pode existir Mazembes no meio do caminho e que jogo se ganha no campo e não de véspera).

Agora, que seria bonito ver os dois melhores times da atualidade juntos em campo, três dos quatro melhores jogadores do mundo disputando uma partida histórica, isso sem dúvida seria.

Mas se tudo der certo, daqui a quinze dias esse jogo estará mais perto do que nunca.

Enquanto isso, Muricy aguarda Vélez ou Peñarol, sabendo que sua redenção chegou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário